Tudo vai dar certo...Só que não!
Este texto inaugura uma seção musical aqui no blog. E para
nossa alegria (infame!) vou privar a todos de me ouvirem cantar. Algumas pessoas dizem
que meu gosto musical é duvidoso, mas não é. Ocorre é que eu não gosto de
músicas burras. Música tem que ter sentido, tem que ter contexto, significado,
essas coisas básicas que uma pessoa normal procura ter na vida.
Músicas apoiam convicções e
reforçam comportamentos. A música que você ouve diz muito sobre você, é óbvio.
Isso significa que eu te julgo SIM pelo que você ouve. Ouça porcarias perto de
mim e é bem fácil saber minha opinião sobre você.
Ok! Chega de #mimimi e vamos ao
que interessa. A música de hoje é “O mundo é moinho”, composição de Cartola,
gravada e regravada milhares de vezes por vários cantores. Eu acho a do
Cazuza, a melhor versão de todas.
Essa música é ótima para ouvir
antes de tomar decisões importantes, ela ajuda a olhar as coisas com mais
cuidado, com mais pudor, com menos otimismo. Não sou um pessimista, a música
não é e Cartola não era. Ocorre que nós temos um vício, que é olhar o futuro
sob uma perspectiva otimista, feliz e agradável demais.
Esse “fenômeno” chamado “o viés
do otimismo” foi muito bem explicado em “A Falácia do Planejamento”. A ideia básica é a seguinte: “(...) muitos de nós enxergamos o mundo como mais benigno do que ele
realmente é, nossos próprios atributos como mais favoráveis do que realmente
são e as metas que adotamos como mais alcançáveis do que parecem ser. Tendemos,
também, a exagerar nossa habilidade de prever o futuro, alimentando uma
confiança demasiadamente otimista.".
É nesse momento, quando você está
ai achando que vai conquistar o mundo nos próximos dois anos, que a música do
Cartola entra dizendo exatamente o contrário. O mundo vai te massacrar meu
filho. Seu superior não vai perdoar a meta não alcançada, as pessoas não vão
entender seus contínuos atrasos para reuniões e compromissos, seus filhos não
vão compreender sua ausência, seu cliente não vai confiar em você da mesma
forma depois do primeiro atraso de cronograma. Seu professor não vai dar segunda chamada. Você será substituído assim que
a empresa encontrar alguém mais barato. Os impostos e a inflação não vão
diminuir e seu time não vai ganhar a libertadores.
Quase tudo o que está no
parágrafo acima é uma realidade, principalmente se você olhar os números. Mas,
caso não queira perder seu tempo com estatísticas, ouça Cartola. Fazendo isso você vai ter, no mínimo, uma perspectiva capaz de amenizar o viés do otimismo e
tomar decisões de maneira menos inocente.
Não estou defendendo que temos
que contar sempre com o pior, não é isso. Estou dizendo que achar que “tudo vai
dar certo” não é o melhor paradigma para fazer escolhas. Salve Cartola!
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É sempre bom ver um corintiano com senso de realidade... ahuahuahuaha
Mas bem, preciso dizer que "Música tem que ter sentido, tem que ter contexto, significado, essas coisas básicas que uma pessoa normal procura ter na vida" não retira o fato de você ter um gosto musical duvidoso. Querido, música não tem que ter sentido, contexto, significado. Não tem nem que ter letra. Música tem que ser música. E tem que fazer bem aos ouvidos, tem que concordar com o estilo pessoal de quem ouve. Se não, pra essa pessoa, a música é ruim. Do mesmo jeito que eu não gosto daquele Marcelo, mas gosto quando a Vanessa canta as músicas que ele compõe.