O Tapeceiro da Vida



Minha mãe está aprendendo fazer tapetes de crochê. Observando o interesse dela no que estava fazendo, percebi algumas coisas. Quando se faz algo com as próprias mãos, o processo se torna tão importante quanto o resultado final. Desfazer e refazer, desconstruir quase todo o trabalho para consertar um pequeno detalhe a fim de que no produto final não haja falhas. Acho isso fantástico! Identifico-me completamente.

Essa situação me lembra de uma das músicas que, como um amigo me disse certa vez, “mexem com meu íntimo”.  Eu já contei em outro texto o meu gosto por metáforas. A composição do Stenio Marcius interpretada pelo João Alexandre é uma das metáforas que mais me ajudam a entender que a complexidade que se enfrenta diariamente é parte essencial da trama planejada pelo Tapeceiro.




Minha vida é obra de tapeçaria,
É tecida de cores alegres e vivas,
Que fazem contraste no meio das cores
Nubladas e tristes
Se você olha do avesso,
Nem imagina o desfecho
No fim das contas, tudo se explica,
Tudo se encaixa, tudo coopera pro meu bem

Cada contraste vale a pena, cada fio removido, cada volta refeita eu posso creditar ao Tapeceiro. Cada cor viva que trás alegria, ânimo e alento e cada cor nublada que com a tristeza que lhe é inerente me apresenta ao desânimo, a insensibilidade e por vezes a dúvida em relação às próprias intenções dEle.  

Mas no fim de cada ida e vinda posso reconhecer Sua mão criando, alinhando, construindo e reconstruindo uma tapeçaria que ainda não está pronta, mas quando terminada será uma obra irretocável, porque está sendo feita por Ele. 

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