Terminei a faculdade, e agora?
Todo recém formado é um
desempregado. Já ouvi essa frase centenas de vezes, já repeti outras
centenas. Em alguns casos ela não
expressa a realidade, mas na maioria das vezes não podemos negá-la. Perdi as
contas de quantas vezes deparei-me com universitários absolutamente preocupados
com o quê fazer após concluir o curso. A realidade é que após quatro anos fatorial
é preciso decidir como usar o certificado pelo qual você tanto se esforçou ou
colou. Como esse dilema não passou pela minha cabeça nem por um minuto,
acredito que este texto pode contribuir com quem ainda precisa fazer uma escolha complexa.
Esta semana o portal
Administradores publicou uma enquete questionando qual seria o caminho
pretendido pelos estudantes de ADM após a graduação. O resultado parcial deu o
que falar na rede e acendeu a discussão a respeito das motivações que levam os
jovens egressos para o caminho dos concursos públicos, para o negócio próprio ou para a iniciativa
privada.
Prestar Concurso
Público
Um bom salário na conta todos os
meses, estabilidade, plano de saúde, folga garantida em todos os feriados,
previdência privada e todos os outros benefícios amplamente conhecidos de uma
carreira no setor público. Para chegar lá, óbvio, é preciso estudar muito,
ficar atento às novidades do mundo concurseiro, muitas vezes é preciso viajar
para fazer as provas. Em muitos casos, assumir uma vaga significa mudar de
cidade, ficar longe da família e amigos e interromper planos pessoais.
Aparentemente, a esmagadora
maioria dos estudantes de Administração, Direito, Contabilidade, Engenharias se
encaminha para a tentativa de conquistar uma vaga naqueles moldes. Ocorre que
nem sempre o conjunto de benefícios citados no parágrafo acima compensa o
péssimo ambiente, o trabalho monótono, burocrático e sem desafios. Se você
almeja a carreira pública prepare-se para ter seu crescimento profissional
limitado por um plano de carreira da metade do século passado. Prepare-se para
ter um reconhecimento pífio pelos resultados individuais que você alcançar e
esteja pronto para ser chefiado por alguém que provavelmente tem capacidade
profissional e formação inferior a sua.
Prepare-se também para ser
acusado de incompetente, folgado e preguiçoso por boa parte da população.
Entenda que você estará sujeito às mudanças políticas e sindicais que
acontecerem e que dificilmente conseguirá lutar contra elas. Esteja pronto para
os transtornos mentais, doenças psicossomáticas advindos da burocracia pública
e principalmente, aprenda a conviver com o fato de que você provavelmente vai
passar muito tempo fazendo algo que não te traz satisfação alguma. (óbvio que isto é uma generalização, existem RARAS exceções)
Abrir seu próprio negócio
O Brasil é muito empreendedor. E todo
empreendedor é uma espécie de herói. Isso porque abrir um negócio no Brasil é
uma atividade sobre-humana. Em 2012 ficamos na 126° colocação no DoingBusiness, um ranking que mede a facilidade para fazer negócios em 183 países.
Estamos em um país onde os direitos de propriedade ainda são desrespeitados, o
acesso ao crédito é uma verdadeira romaria nas burocracias públicas e privadas
e a carga tributária despejada sobre o empreendedor é como se um homem estivesse
carregando um elefante.
Mas ainda assim, estamos
otimistas por sensíveis melhorias. Temos instituições sérias
trabalhando pela desburocratização da atividade empreendedora e o que é mais
animador, gente se empenhando para que o empreendedorismo se torne uma política
de Estado e uma conquista do país. Além disso, temos empresas brasileiras que
vão muito bem e sinalizam aos novos empreendedores que é possível dar certo,
mesmo em um ambiente econômico hostil.
Se você já tem uma ideia e
pretende abrir um negócio se organize para dedicar no mínimo 90% do seu tempo a
ele nos primeiros anos. Se prepare para convencer pessoas de que sua ideia é
boa, mas a ideia não basta, aprenda a provar número por número que seu negócio
vai dar certo. Se convença de que você não sabe tudo e que vai precisar estudar
MUITO, principalmente administração, vai ouvir muitos nãos, em alguns casos será
desacreditado pelas pessoas e mesmo se dedicando ao máximo, seu empreendimento tende
a ir para o fundo do poço nos primeiros dois anos de vida.
Trabalhar na Iniciativa Privada
O maior número de oportunidades de
trabalho neste país está na iniciativa privada. Nossa economia, embora hostil
aos empreendedores, exige a expansão de vários setores e naturalmente impõe aos
empresários e ao Estado a necessidade de encontrar profissionais para dar conta
do crescimento esperado para os próximos anos.
Nas empresas privadas a pressão
por desempenho, resultados e o risco do desemprego são muito maiores do que na
esfera pública. Em compensação, a oportunidade de crescimento em vez de linear
como nas instituições estatais é exponencial. A qualificação também conta muito
mais na esfera privada. Quem tem competência e a demonstra entregando
resultados tem condições de ascender na carreira muito rapidamente.
Se este é o caminho que você
pretende seguir coloque na cabeça que só com a graduação você terá dificuldades
em lugares onde a competição é intensa. Idiomas são importantes, experiência
também, as habilidades comportamentais são de grande relevância e com tudo isso:
sem resultados, sem emprego. Obviamente, existem empresas privadas
incompetentes que não sabem reconhecer o desempenho de seus funcionários, essas
vão pro mesmo poço daquelas citadas no último tópico. Vale lembrar que o
ambiente em uma empresa não é um mar de rosas, existem muitos profissionais que
construíram toda sua vida profissional na iniciativa privada e apresentam
problemas de saúde e distúrbios emocionais e relacionados ao trabalho
semelhantes ou piores do que aqueles citados no primeiro tópico.
O caminho que eu escolhi
Empreender. Terminei a graduação
há apenas quatro meses, mas não tive dificuldades em escolher o que fazer porque
era uma decisão que eu já tinha tomado. Abrimos a empresa em que sou sócio
quando eu estava no penúltimo ano do curso de Administração. Sempre acreditei
ser algo perverso ganhar dinheiro fazendo algo que você não gosta. É o que eu
vejo em muita gente que faz concurso público só pelo salário, só pelos
benefícios, mas sem interesse nenhum no papel que terá a desempenhar. Que tipo
de profissional consegue ter sucesso sem paixão pelo que faz?
Mas também conheço muita gente
satisfeita com a carreira pública. Pessoas que se realizam não só no aspecto
financeiro, mas pelas próprias atribuições da função. É na verdade, muito bom
ser atendido por um funcionário público que tem verdadeira satisfação com o seu
trabalho, é por meio destas pessoas que nossos impostos são devidamente
devolvidos em serviços competentes.
Acredito que o árbitro mais
importante para resolver esse dilema é a satisfação pessoal, a escolha que
atenda objetivos de longo prazo, não imediatismos pragmaticamente burros e que
conduzem ao desgosto pelo trabalho. Quando for decidir, tenha como critério
fundamental escolher o trabalho que te realiza. E se for difícil de alcançar,
não há problemas, pior é chegar à meia idade e descobrir que você investiu
metade da vida em algo que só te deu dinheiro.
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Adorei o post. Foi de grande valia para mim e me fez refletir bastante sobre minhas futuras decisões
Olá e Agora... Terminiei minha Faculdade de Administração quem pode Me ajudar, Rorainópolis, Roraima.